quarta-feira, 15 de agosto de 2012



CAPÍTULO II

DOS PRIMEIROS  FEITOS IMAGINÁRIOS


Ôba, ôba, vida boa!
Vida boa de lascar!
Todo mundo me amando
Já sou rei deste lugar!

Eu aqui mando e desmando
E todo mundo acha bonito!
Tô nem aí pr’esses bestas
Quero mermo  é ficar rico!

Deixa, deixa eu me apressar
Pensei eu naquele momento
Peguei logo o amuleto
para não perder mais tempo!

Tinha muito o que fazer
Só lembrava daquele cão!
Ele me disse naquela hora
Que nós éramos irmãos!
Que queria me ajudar
Tudo ia me ensinar
Tudo ,tudo,de todo jeito
As magias do amuleto!

Corri logo atrás dele
E o povo atrás de mim
Pedindo,pedindo tudo
Eu tava pra dar capim!
Que povo mais enjoado
Eu já tava  irritado
Com o povo atrás de mim

Me escondi num cabaré
Bem pertinho lá de casa
E o diabo apareceu!
Vinha rindo, chein de ouro
Uma botona de couro
Outro aviso ele me deu:
“Esse teu lindo brinquedinho
O amuleto, o talismã
Tem magia especial
A magia dos Titãs!
Com ele você derruba,
Destrói qualquer inimigo
E os que andam contigo
Para sempre vão andar
Ele cega, hipinotiza…
Bora, bora, agiliza!
Tu num quer né enricar?”

E o diabo saiu dançando
Agarrando a mulherada
Bebendo, fumando tudo
Uma inhaca desgraçada!

Me mandei, fui para casa
Não via a hora de descansar
Quando ia no caminho
Uma voz mandou voltar
Disse: Tu não tem mais casa,
Agora tem que se virar!
Pega aí teu amuleto
Faz magia, a que quiser
Compra casa, compra carro,
Né ser rico o que tu quer?

Passei a noite perambulando
Maquinando, maquinando,
Mas por onde começar?
Pensei no querido povo
Então maquinei de novo
E de novo e de novo
EU VOU HIPINOTIZAR!!!

Tinha achado a solução:
Hipnose no povão!

Amanheceu, fui para a praça
Esperar meus aliados
O amuleto no bolso
E a esperança de lado.

Fiz a reza, o caqueado
Preparei a armadilha
O povão se aproximando
Já fazendo aquela fila!
Primeiro olhei pra baixo
E vi o diabo no chão.
Me olhando com aquela cara
De dinheiro encheu minha mão.
E disse: Dá pra eles o dinheiro
Vai ajudar na armação!

E quem a mim ia chegando
Apertava a minha mão
O dinheiro eu colocava
E apertava o amuletão
A rezinha eu murmurava
E o povo bobo estava.
Hipnose no povão!

Consegui o que queria
Aqueles bestas só sorriam
AcredItavam sempre em mim
Tinha que arranjar um jeitinho
Do maldito amuletinho
Em tudo não dar um fim.

Lembrei da outra magia
Que o Demo me contou
O negócio da cegueira
Achei que fosse besteira
Pois num é que funcionou?

Segurei o amuleto
Fiz a reza em descompasso
A patota do meu lado
Com os olhos arregalados!

A partir daquela hora
Ali mesmo sem demora,
Tudo que eu dizia, eles viam
Se eu sorria eles sorriam
Imaginavam e deliravam
Viam coisas e se alegravam
E os minutos se passavam.

Comecei a experimentar
E assim eu discursei:
Estão vendo o hospital?
Outro não há igual!

Hospital bem equipado
e com CDI  do lado
Centro cirúrgico de primeira,
Reformado e ampliado
o que vocês querem mais
Meu povinho tão amado!?!
Responderam sem pensar:
Está  tudo maravilha!
E fizeram outra fila
E se danaram a bajular!

Quero aqui deixar bem claro
Que nada havia de novo
Foi um feito imaginário
Pra alegrar o nosso povo
Foi magia do amuleto
O diabo estava certo
E já que funcionou
E o povão acreditou
Da pobreza eu me liberto!

Que venha dinheiro, casa, carro,
Que venha ouro e avião
Vou ter tudo, vou ser rico
Igualzinho ao irmão cão!

Eu achei a solução:
Hipnose no povão!

Eu achei a solução:
Hipnose no povão!

 Não perca o próximo capítulo!!!!




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