sábado, 29 de setembro de 2012



CAPÍTULO IX

E, sem amuleto...
...O diabo dá um jeito!


Eu, aqui no quarto escuro ,
Inda lembro muito bem:
Aqueles dias que antecederam
Foram de aflição também.

Já bem perto do grande dia
Eu andava desnorteado,
Perambulava pelas ruas,
Andando pra todo lado...

Ninguém me cumprimentava,
Ninguém mais me aplaudia...
O amuleto  eu não encontrava
Eu sem saber o que fazia...

O povo, passado o efeito
Da hipnose, do encantamento,
Me olhava desconfiado
Era um grande tormento...
e o cão, amigo da onça,
só caía em mim de jumento!

Lembro ainda que eu sozinho
Nadando no rio de grana
Ficava a imaginar
Como seria bacana
Ficar de novo no poder
Eita, como eu era sacana!

Vou contar a vocês todos,
Em contagem regressiva,
O que aconteceu, dia após dia
E toda minha perspectiva.
Vou contar como se deu
A semana antecedente
Ao dia do grande duelo...
Foi uma semana bem quente!
Eu andava pela praça,
Desconfiado e sem jeito,
Não tinha mais nenhuma idéia
Nem uma mágica, nem grandes feitos
E , nutrindo grande esperança,
Murmurava desse jeito:

Ôba,ôba, tá chegando
O grande dia, a grande hora,
O duelo dos gigantes
Quem  será que fica de fora?

Que nervoso, que agonia
Aparece, irmão cão!
Precisamos de grandes idéias
Sozinho faço nada não!!!!!

“TÔ aqui, seu bicho burro!
Vim de novo te ajudar;
Mas vou logo adiantando
Corre o risco de babar!”

Babar o que, seu cão maldito?
Não entendi o palavreado!
Tô preocupado com o duelo
E não com o que tá babado!

“babar é afundar o barco
Se acabar tudo, perder o rumo...
E te digo logo também:
Se tu não ganhar , eu sumo!”

Ah, vai me abandonar
Se acaso eu não ganhar?
E eu,o que farei 
Se acaso vacilar?
Como farei com o rio,
Com a grana e tudo mais?
Como cuidarei de tudo
Se tu não tiver comigo, rapaz?

Ele deu uma gargalhada
um minuto a gargalhar.
Mas tu é burro de verdade...
Inda não entendeu o que estou a falar¿
Se acaso não vencer,
Nada disso teu será!
Perderás a grana querido...
E, perdendo tudo isso,
Perderás também o amigo...

Pensei que éramos amigos
De amizade verdadeira...
Mas agora vejo que tudo
Não passa de baboseira...

Gargalhou o desgraçado
E disse com voz bem rasgada:
Não sou amigo de ninguém...
Eu sou é o diabo, camarada!
Não gosto de nhem nhem nhem,
Gosto mesmo é da lambança!
Se tu não ganhar o duelo,
Sinto muito, mas tu dança!
Dança...Dança de verdade!
Por isso, temos que pensar logo
Na próxima grande maldade...
Uma magia , uma macumba
Um diabo a quatro
Ou um quatro a diabo!
Vamos nos concentrar,
Lá naquele quartinho
Teremos grandes ideias
Pra enganar esse povinho...

Lembro que era já noite,
A lua alta brilhava...
Fomos à casa do diabo,
O pensamento voava...
Não aguentava mais pensar,
Chega doía a cachola;
Eu chamava o tal do cão,
Ele do meu lado, não dava bola...
Ficamos em silêncio profundo
Por quase uma meia hora...

Ele disse:Pronto , achei!!!
Achei a tal solução:
Vamo armar uma cena
Sou  o rei da atuação!
Vamo logo ensaiar,
Começando por você:
Fingirás um  grande sequestro
e o sequestrado será você!

Mas, eu?Por que serei eu?
Acaso quer me matar?

Não, seu jegue, é uma mentirinha
Pro povo se emocionar...
Preste muita atenção:
Serás a vítima da encenação...
Uns homens te levarão
Pra um lugar bem distante,
Te jogarão dentro do rio,
Com as perna amarrada na ponte;
Tu gritará, berrará, desesperado
Mas capricha de verdade
Pra que o povo fique emocionado...
Depois de horas sofrendo,
E o povo,surpreendido,
Ouvirá teu depoimento
E tu acusarás o inimigo...
Dirás que foi o estrelão
Que fez aquilo contigo!
E o povinho tão burrinho,
Abanando o rabinho,
Voltará arrependido...

E todos de adorarão!
E todos aplaudirão!
Irão crer de verdade
Na maldade do Estrelão!!!
E  aí,Anacreonte?
Gostou da  ideia ou não?

Claro que sim, é isso mesmo!
Vamo logo agilizar!
Eita que o gigantão
Não perde por esperar!

E saímos atrás dos atores
Da nossa grande armadilha
Eita, que o grande duelo
Será uma maravilha!

Ôba, ôba, que legal
Que idéia genial!

 Ôba, ôba, que legal
Que idéia genial!





















sábado, 15 de setembro de 2012






CAPÍTULO VIII


A TROCA ...
...O PERIGO SAI DA TOCA!


Ai, ai, ai, quanta alegria
Estava quase tudo certo
O povão continuava besta
E eu bonito e esperto

Passei todos esses dias
Maquinando, enquanto era tempo...
Já era quase o grande dia,
Tava chegando o grande tempo!

Que aflição, que agonia;
Precisava me apressar,
Reunir o meu povão
E outras mentiras contar.

Meu irmão, tinha sumido!
Era o diabo ali chegando;
Me assustou o desgraçado
E eu continuava andando.
Chegou outra maletinha
Eu  despejei lá no riacho
Quando tu for lá buscar
Vai ver um papelzinho embaixo
O papel é a notinha
Do valor que tem na mala,
Dos milhões que ainda tinha
O restante ta na sala.
Mas como é muito dinheiro,
Que tu guardou desde abril,
Pega só o que puder
E joga o resto no barril
E depois nós dois resolve
Onde bota os outros mil...
Agora vai te arrumar,
Tu tem que falar com o povo!
Anacreonte, irmãozinho
Tu tem que ganhar de novo!
Se por acaso não ganhar
Como será , o que vai ser¿
Tu mesmo "até que até"
Mas a patota, o que vai fazer¿
Puxa-saquismo não é emprego  
Tu sabe bem que não é
E como é que vai ficar
Esse bando de Mané¿

-Eu que sei¿TÔ nem aí!
Vão ter  é que trabalhar
Mas nunca que vou perder!!!
Tá tudo certo, eu vou ganhar!
Tua macumbeira num afirmou
Que num era pra eu ter medo
Que eu ia ficar onde estou?
Mas macumba é coisa minha,
Eu não sou de confiança;
Sou o rei da embromação,
Gosto mermo é da lambança!

E saímos em disparada
Para a pracinha central,
Eu tava muito agoniado
Quase passando mal!
Tava indo falar com o povo
Sobre me ajudarem agora,
Mas quando cheguei na praça
Quase que ia me embora
Só e somente a patotinha
Me aguardava àquela hora
Cadê o povo, minha gente?
Que ainda não apareceu...
Ai, ai, ai, que agonia
Assim não fico nem eu

Mas eu me mantive firme,
O diabo aproximou-se,
Deu um riso escândaloso
Que a patota espantou-se!

Pra que tanto desespero,
Irmãozinho tão amado?
Devias ficar tranquilo
Tens o diabo do teu lado!
E eu tenho grande ideia
Tu num vai acreditar!
Vamos lá na minha casa
Que nós se ajeita já, já.

E fomos até a casa,
Reparar a surpresinha
O que tinha diabo feito
Pra enganar a gentinha?
Quando chegamos na sala ,
bem pertinho dos milhão,
O diabo nada dizia
Só apontava pro chão;
Praquele monte de grana
Não dizia nada não...
-O que quer dizer, maldito?
Me diz logo, sem demora
Preciso falar com o povo
E tem mesmo que ser agora!
Anacreonte, seu bobão
Tu tens grande aliado
Cadê o teu amuleto?
Onde o deixaste alienado?

Onde estava o amuleto?
Ai, ai, ai,ali não tava
Procurava em toda parte
Procurava, procurava...
-Eu não sei onde botei
E agora, capiroto?
Sei lá, repara direito
Se num tá aí no teu bolso!

Tinha perdido o amuleto
E perdido agora eu estava;
Como fazer grandes feitos
Para o povo que me esperava?
E a hipnose se acabasse?
Ai, ai, ai como eu sofro!
Disse o cão com as mãos pra cima
E gritava o capiroto!
Diacho burro, tu é doido?
Não sabes que é o amuleto
O  que segura aquele povo?
Ah, mas tem outra coisinha
que o povo gosta demais:
É de dinheiro, maninho,
e isso tu tem demais!
Chama aí um dos teus trouxas
e bota pra trabalhar,
pra ir na casa do povo
vamo ver no que vai dar...
  
E assim foi que eu fiz :
Durante alguns dias
O meu trouxa ia que ia
Fazer o povo feliz.

Batia bem na portinha
Das casas mais pobrezinha
E deixava umas notinha
E convidava também
Para virem no encontrão
Dali a 5 dias, então
Não podia faltar ninguém.

Mas que jogada de mestre!
Xeque-mate, dez a zero!
E agora, estrelão?
Te derrotar é o que mais quero!

Depois de ganhar dindin
O povinho, alegremente,
No dia então marcado
Tava lá todo contente!
Aplaudia, ria, gritava,
Chamavam pelo meu nome;
E eu, lindo, acenava
Pro bando de morto de fome!
Era gente, mais era gente
Êta povinho errado!
A praça ficou lotada
Era gente pra todo lado!

E assim me pronunciei:
Boa noite minha gente;
Inda bem que vocês vêi!

Tô aqui pra garantir
Que se vocês me ajudarem
Farei muito grandes feitos
Pra seus problemas melhorarem!
Estão vendo esta cidade?
Está mudada, podem notar;
É asfalto, escolas novas
Saúde melhor não há!
Faço de tudo por vocês
Então vão ter que me ajudar!

Os salários tão em dia,
Tem água de qualidade,
Tem merenda nas escolas!
Isso é governo de verdade!

Tá todo mundo lucrando
Com essa minha governança
Adulto, jovem, senhora
Senhores, meninos, criança.
Sou pra todos o melhor,
O caminho, a esperança.

Não se zanguem, nem se aborreçam
Meus professores amados,
O que fiz com os milhão de abril
Foi só um cálculo errado!
É que não sei muito contar
Nem medir, nem calcular
E o dinheiro veio errado...

Mas tudo devolverei
Quando outubro chegar!
Prometo, faço uma jura
Vou aprender calcular!
Agora, aplausos pra mim
Foi pra isso que os paguei!
Isso mesmo, agora sim!
(Inda bem que o povo vêi)
O diabo tava ali
Só olhando a palhaçada
Aplaudia, pulava, ria
Sentadinho na calçada!

Despedi-me, alegremente
Mandei beijos, que emoção!
Eu estava confiante
E tomei uma decisão:
Se eu não achasse o amuleto:
MAIS DINHEIRO PRO POVÃO!
Tinha achado a solução :
DINHEIRINHO PRO POVÃO!
Tinha achado a solução :
MAIS DIN DIN PRO MEU POVÃO!














sexta-feira, 7 de setembro de 2012








CAPÍTULO VII



O ACORDO


Sete e sete são quatorze
Com mais sete vinte e um
Tenho um monte de dinheiro
E o povão num tem nenhum!!!

Eu que fiz esses versinhos
Do fundo do coração
Ia feliz pelo caminho
Com minha maleta na mão

Num supapo, estanquei!
Eita que eu num me lembrava!
Aquele dia era importante
E eu despreocupado estava!

Era sete de setembro
E eu tinha um compromisso.
Ai, ai, ai o que eu faço?
Como posso guardar isso?
Olhei pra maleta do lado
E olhei pro meu caminho
O povão se aproximava
Vinham ligeiro, ligeirinho
Olhei para o lado, era só mato
O que faço com o dinheiro?
Ai, ai, ai que embaraço!
Onde está meu companheiro?
Ô, maldito cadê você?
Justo quando mais preciso
Ele decide se esconder.

Era sete de setembro
Só ouvia era tambor
O povo vinha marchando
Pro meu lado, que horror!

Que diabos era aquilo?
Eu tinha que me esconder
Será que iam me matar
Ai, que eu não quero morrer!

Papai,me acode
Irmãozinho vem cá!
O que eu fiz de errado?
Por que querem me matar?

O diabo, em cima do muro
Na esquina,ria e ria


Te acalma, Anacreonte
Não precisa essa euforia!
O povo só quer te ver
Num carece essa agonia!
E de longe eu avistei
O gigante, o Estrelão
Liderava o alvoroço
Pisava forte o gigantão!

E os tambores tocando
No palanque me aguardavam
Tentei passar pelo meio,
Mas as pessoas não deixavam

Começaram a me empurrar
De um lado para o outro ,
Desataram a falar
Ai, ai, ai, que alvoroço!

Perguntei o que queriam;
Disseram: Nossos direitos!
Respondi: Cês tão no morro
Tô fazendo grandes feitos!

Estrelão se adiantou
E falou com voz gigante:
Também vim te dar um aviso
Um aviso importante

Pode dizer seu grosseirão
O que quer me avisar?
Por acaso,vem me dizer
Dia e hora de me matar?

Matar? Ora, só fala em morte!
Da morte já te livraste,
Tu é um cara de sorte!
Vim aqui só te lembrar
Que o povo não te quer no poder
A não ser tua patotinha,
A famosa panelinha
que tá cega de doer!

Falando nisso, o que fizeste?
Pra enganar parte do povo?
Por acaso tens dado dinheiro
Carne, batatas , ovo
Alguma dessas besteirinhas
Que dão pra enganar o povo?

Fala logo o que tu quer
Perguntei ao Estrelão
Ele se zangou comigo
E me deu um empurrão

E me disse assim no sério
Eu só vim te avisar
Que daqui a 30 dias
Nosso duelo acontecerá
Faltam apenas 30 dias
E então nós saberemos
Quem esse povo vai querer
Se Anacreonte, ou Estrelão
Tudo se firmará, então.
E vim firmar o acordo
Do resultado do duelo
Se acaso tu ganhares,
Que é o que eu não quero
Largarás de mão o diabo
E também esse chinelo!
Caso eu ganhe, que maravilha!
Eu farei uma proeza
Te mandarei junto com o diabo
Do inferno serão a realeza
Gostaste do acordo?
Não achaste uma beleza?

Eu respondi com atenção:
Como ganharei, decerto,
Estamos de acordo feito
Faz aí a papelada direito
Pra nóis poder assinar
Dá aqui a papelada
Não tenho medo de nada
Porque sei que vou ganhar!

Depois de tudo assinado
O diabo pulou do lado
E começou a me enforcar
-Estás louco, Anacreonte?
Caíste na do gigante?
E se acaso não ganhar?

-Tô nem aí,irmãozinho
Tô juntando um dinheirinho
Pra poder me assegurar
Amanhã compro umas coisinhas
Avião, carros, casinhas,
E pobre não vou ficar;
E tudo que aqui ficar,
Se acaso eu não ganhar,
Podem em tudo tocar fogo
Que falta não me fará!

E o povo foi se afastando,
E a tambozada tocando;
Eu saí quase apressasdo
Pro compromisso agendado
Não podia  mesmo faltar.
Tinha que ler meu discurso
Hipócrita, pobre e fajuto
Que fiz pro povo enganar.
Mas eles bem atentos estavam
Aos que ali se apresentavam,
Em honra nem sei de que.
Dizem que da independência
Eles nem tem consciência
Que isso nunca irão ter

E ERA BRILHO, CORES E DANÇAS
E eu ali na lambança
Olhando o povão passar...
A 30 dias do GRANDE DIA
O diabo de tudo sorria
Comecei a me preocupar...
O que faria pro povo?
Precisava ganhar de novo
E NO PODER CONTINUAR!

PENSAVA NA SOLUÇÃO
PRA ENROLAR O MEU POVÃO!!!
MIRABOLANTE SOLUÇÃO
PRA ENROLAR O MEU POVÃO!!!















quinta-feira, 6 de setembro de 2012


(Anacreonte Ôba Õba - Idealizando Ilustrações de capa.By: Tiago José Carvalho)



CAPÍTULO VI



O  RIO



É isso aí, é isso aí
Já tá tudo dando certo
Descemos a duna de areia
O diabo tava bem perto.
Com a mão no meu ombro  dizia:
Como meu irmãozinho é esperto!

Olhei pra ele assustado:
E os concretinhos, cadê?
Nós deixamos lá seu diabo!

Ia voltando pra pegar
Quando ele me puxou pelo braço
Te acalma, meu irmãozinho
Deixa de embaraço!
Estão aqui no amuleto
é só mágica tu te lembra?
Hipnose, daquele jeito
Pra fazer teus grande feito!
Vamo lá, anda ligeiro
Que o povo ainda te espera
A criancinha na rua
A velhinha na janela
Todo mundo ansioso
Seja muito astucioso
Nesta etapa que te espera

Eu não podia esperar
Era o meu grande trunfo
Peguei o amuleto na mão
E a rezinha vinha junto
Em um passe de magia
Bem da noite para o dia
Transformei toda a cidade
Todas ruas de areia
Agora tavam calçada
e o a gente abestada 
era só felicidade!

O melhor de Tudo isso
é que tudo era mentira
E o povo acreditando
E eu, cansado, só as tira
passei todos esses dias
trabalhando igual jumento
pra esse diabo, meu irmão
que tomou todo o meu tempo

Eu queria era  dinheiro
Até ali num via nada
Só obedecendo o diabo
Pra mim mermo nada sobrava.
Ele ia gastando o dinheiro 
Que ele mermo me trazia;
bebia cachaça, fumava cigarro
Dançava, namorava e ria.
E eu? Cadê minha parte?
Perguntei ao  desgraçado.
Ele jogou uma maleta
Bem levinha, ah disgramado!
Quando abri aquela mala
Tinha uma vara de pescar.
Pra que diabo eu quero isso?
Tu  quer é me fazer trabalhar?
Pescador um dia eu fui
E jamais voltarei a ser!
Pega tua vara de volta
E pode me esquecer!
Eu já tinha até decidido 
de tudo mermo desistir
E o diabo, desgraçado
Começou foi a sorrir.
É melhor tu ir pescar
Se eu fosse tu ai, mas eu ia
E o diabo me empurrava 
lá pruns matos e sorria...

Andamos mais sete léguas 
e demos de cara com uma ponte
Apreciei a paisagem
Olhei aquele horizonte
E quando olhei para baixo
Pra baixo daquela ponte
Não sabem o que aconteceu
Vão adorar que lhes conte!
Um imenso rio surgiu
Mas num era rio verdadeiro!
No lugar de muita água
Tinha só o puro dinheiro!
Pulei alto de alegria
Nunca vi tanto real!
Eu num rio de dinheiro 
e o povão no lamaçal!

E o diabo, rindo, disse:
Só pega se for com a vara!
Vais ser pescador de novo
Será que essa tu encara?
Sempre que precisar 
e estiver muito estressado
Bota teu chapéu de palha 
E a vara de pesca do lado
E te manda aqui pra minha casa
(Esse aqui é meu quintal)
Vem buscar um realzinho
Não é uma ideia genial?
Foi magia do amuleto
Eu que peguei emprestado
Mas não se aborreça, irmãozinho
Não fique muito chateado
Já tá aqui , já lhe devolvo
O amuleto encantado!

Chateado? Nunca, jamé!
Eu tô muito é abismado
nem sei como agradecer
Meu irmãozinho desgraçado!

Pesquei tanto que cansei
Enchi a mala , me mandei
Tinha que relaxar
pensar na nova sacada!
o diabo ficou em casa
De longe só me acenava!









domingo, 2 de setembro de 2012










ANACREONTE ÔBA ÔBA

UMA HISTÓRIA BASEADA EM FATOS REAIS E EM FEITOS IMAGINÁRIOS!

CAPÍTULO I
GÊNESE


Olá, povo da internet!
Eu vou me apresentar:
Anacreonte é minha graça
Sou dominador de raça
Dê licença de contar!

Eu nasci na beira-mar
Em noite de lua cheia
Sou pescador com muito gosto
Sou filho dessas areias!

O meu nome explicarei:
Antes que perguntem os “Doutor”;
O meu nome, Anacreonte,
Na mitologia grega,
Quer dizer dominador!

Sou o rei desse lugar
Dominador melhor não há !
Faço história, faço mágica
Faço tudo que precisar.
Ôba ôba é nosso lema
Não importa o problema
O negócio é bajular!

Ao nascer,Ganhei de mamãe
Um amuleto estimado
Tá aqui nessa caixinha
Só uso  com a patotinha
Com os que tão do meu lado

Parece que mamãe sabia
Que pra política eu entraria
Só pra ser dominador.
Ela era macumbeira
E me deu como presente
Um amuleto malfeitor.

“Dizem os velhos que  o amuleto
Faz magia de verdade!”
Achei que fosse precisar
Para a minha felicidade!

Pois então, ó povo nosso!
Eu guardei aquele troço
E nem sabia como usar.
Eu era pobre, uma desgraça!
Perambulava pelas praça,
Noite e dia sem parar!

Foi quando em sonho apareceu
Um cão bem desarrumado
Tva rindo do meu lado
E dançava o desgraçado!
No pescoço do maldito
Meu amuleto brilhava…
Acordei foi com um grito
O amuleto onde estava?

O demônio carregou?
Corri pra minha janela.
E dependurado nela
O amuleto balançou.
Tinha um bilhete grudado
Era um bilhete do cão:
Corre,que aqui nessa Tutóia
Tu ainda vai fazer história
Tu quer ficar rico ou não?
Te levanta, calça o chinelo,
Vai buscar teu amuleto
Vai até a beira da praia
Lá tu entende direito!

Eu disse : A hora é agora!
Meu amuleto, onde está?
Peguei o diacho do bolso
Olhe, não vá me fazer desgosto,
Ôba, Ôba, vamo lá!

Cheguei na beira da praia
Uma voz me disse alto:
Tu tem que ser canalha,
Mentiroso, hipócrita e falso,
Se tu quiser enricar!
Pega a amuleto do bolso
Aperta ele com gosto!
E tudo vai se transformar!


Fiz a reza, a oração.
Em compasso e descompasso
Apertei o amuletão
E em minutos então,
 me carregavam nos braços.
Eu era o Mais!Eu era o Rei!
“Ôba ôba” eles gritavam
Uns pediam, uns sorriam
Outros só me bajulavam!

Nem chinelo eu tinha mais
Tinha um sapatão nos “pé”
Agora eu era o maioral
Não existia outro igual
“Vou fazer o que quiser!”


CAPÍTULO II

DOS PRIMEIROS  FEITOS IMAGINÁRIOS


Ôba, ôba, vida boa!
Vida boa de lascar!
Todo mundo me amando
Já sou rei deste lugar!

Eu aqui mando e desmando
E todo mundo acha bonito!
Tô nem aí pr’esses bestas
Quero mermo  é ficar rico!

Deixa, deixa eu me apressar
Pensei eu naquele momento
Peguei logo o amuleto
para não perder mais tempo!

Tinha muito o que fazer
Só lembrava daquele cão!
Ele me disse naquela hora
Que nós éramos irmãos!
Que queria me ajudar
Tudo ia me ensinar
Tudo ,tudo,de todo jeito
As magias do amuleto!

Corri logo atrás dele
E o povo atrás de mim
Pedindo,pedindo tudo
Eu tava pra dar capim!
Que povo mais enjoado
Eu já tava  irritado
Com o povo atrás de mim

Me escondi num cabaré
Bem pertinho lá de casa
E o diabo apareceu!
Vinha rindo, chein de ouro
Uma botona de couro
Outro aviso ele me deu:
“Esse teu lindo brinquedinho
O amuleto, o talismã
Tem magia especial
A magia dos Titãs!
Com ele você derruba,
Destrói qualquer inimigo
E os que andam contigo
Para sempre vão andar
Ele cega, hipinotiza…
Bora, bora, agiliza!
Tu num quer né enricar?”

E o diabo saiu dançando
Agarrando a mulherada
Bebendo, fumando tudo
Uma inhaca desgraçada!

Me mandei, fui para casa
Não via a hora de descansar
Quando ia no caminho
Uma voz mandou voltar
Disse: Tu não tem mais casa,
Agora tem que se virar!
Pega aí teu amuleto
Faz magia, a que quiser
Compra casa, compra carro,
Né ser rico o que tu quer?

Passei a noite perambulando
Maquinando, maquinando,
Mas por onde começar?
Pensei no querido povo
Então maquinei de novo
E de novo e de novo
EU VOU HIPINOTIZAR!!!

Tinha achado a solução:
Hipnose no povão!

Amanheceu, fui para a praça
Esperar meus aliados
O amuleto no bolso
E a esperança de lado.

Fiz a reza, o caqueado
Preparei a armadilha
O povão se aproximando
Já fazendo aquela fila!
Primeiro olhei pra baixo
E vi o diabo no chão.
Me olhando com aquela cara
De dinheiro encheu minha mão.
E disse: Dá pra eles o dinheiro
Vai ajudar na armação!

E quem a mim ia chegando
Apertava a minha mão
O dinheiro eu colocava
E apertava o amuletão
A rezinha eu murmurava
E o povo bobo estava.
Hipnose no povão!

Consegui o que queria
Aqueles bestas só sorriam
AcredItavam sempre em mim
Tinha que arranjar um jeitinho
Do maldito amuletinho
Em tudo não dar um fim.

Lembrei da outra magia
Que o Demo me contou
O negócio da cegueira
Achei que fosse besteira
Pois num é que funcionou?

Segurei o amuleto
Fiz a reza em descompasso
A patota do meu lado
Com os olhos arregalados!

A partir daquela hora
Ali mesmo sem demora,
Tudo que eu dizia, eles viam
Se eu sorria eles sorriam
Imaginavam e deliravam
Viam coisas e se alegravam
E os minutos se passavam.

Comecei a experimentar
E assim eu discursei:
Estão vendo o hospital?
Outro não há igual!

Hospital bem equipado
e com CDI  do lado
Centro cirúrgico de primeira,
Reformado e ampliado
o que vocês querem mais
Meu povinho tão amado!?!
Responderam sem pensar:
Está  tudo maravilha!
E fizeram outra fila
E se danaram a bajular!

Quero aqui deixar bem claro
Que nada havia de novo
Foi um feito imaginário
Pra alegrar o nosso povo
Foi magia do amuleto
O diabo estava certo
E já que funcionou
E o povão acreditou
Da pobreza eu me liberto!

Que venha dinheiro, casa, carro,
Que venha ouro e avião
Vou ter tudo, vou ser rico
Igualzinho ao irmão cão!

Eu achei a solução:
Hipnose no povão!

Eu achei a solução:
Hipnose no povão!

CAPÍTULO III

…E O CÃO SÓ CHUPANDO MANGA!!!!


Ficar rico, ficar rico
Era só essa a preocupação
E correndo fui atrás
Do querido irmão cão

Diabo, diabo, aparece!!!
Aparece aqui agora!!!!!
Preciso de mais ideias
Anda logo, sem demora!

Gritei e esperneei
E nada do encardido
Na hora que eu mais precisava
O satanás tinha sumido!

Quando eu olhei pra tás
Lá vinha o povo correndo
Ai, um Deus, um bando de pobre
O que será que tão querendo?

Peguei logo o amuleto
Antes de me aproximar
E fui bem devagarzinho
Ouvir o povão falar

Apertei o amuleto
Fiz a reza, em embaraço,
Ia hipnotizar o povo
E alguém puxou o meu braço!

“A nós tu num engana não!”
Era um homem muito forte
Me jogou do outro lado
Inda bem que tive sorte.

O diabo apareceu
E eu estendi minha mão
Um sorriso ele me deu
E disse: Nã nã nin nã não!
Dessa vez não te ajudo
E soltou uma gargalhada!
Vai resolver teus problema
Aí com atua negrada!

O diabo tava sentado
Em cima de um tronco na praça

Eu pedia ajuda para ele
E ele só fazia graça!
Anacreonte, Anacreonte,
Cuidado com a ambição
Você não pode ficar
Mais rico que seu irmão!
Tá bem aqui no contrato
- Ele tinha um papel na mão-
Não pude fazer nada não
O lá de cima que mandou
Esse aí, esse grandão
É o gIgante ESTRELÃO!!!

Ele a isso se opõe
Não acha certo sua atitude
Ficou muito chateado
Por ter enganado o povo
Com o negócio lá da saúde!

E o diabo continuou:
Não tente me comandar!
O melhor aqui sou eu
É melhor se controlar!

Pega aí teu amuleto
E continua fazendo as “magia”
Mas cuidado com o gigante
Tem cuidado, Anacreonte,
Em ti ele não confia!

O gigante afastou o povo
E puxou pelo meu braço de novo.
E disse pra mim bem assim:
Esses aqui tu não engana
Sei a mentira da tua fama
Como podes ser louco assim?

E saiu bem apressado,
Com aquele povo do lado
Parecendo um retardado;
O diabo ria de mim.
O diabo pulou do tronco
Ele me olhava tanto
Por que me olha assim?
- Nada não, disse o demônio.
Onde está o amuleto?
Pega, pega bem ligeiro
Vamo ali num macumbeiro

E corremos apressados
E para surpresa nossa,
Em nossa frente tava vindo
Nossa querida patota.

E falavam, resmungavam
Discutiam, se batiam.
Que será que eles queriam?

Estavam voltando ao normal!
Precisavam da magia!
Fiquei então a pensar
No próximo feito que eu faria

Comecei a falar alto:
Povo meu olhe pra cá!
Aqui tem muito buraco
Buraco de todo jeito
Vou fazer aqui um feito
Pra sua vida melhorar!

E apertei o amuleto
Me espantei com o que vi
Saindo de dentro do chão
Uma lama preta então
As pedras ela cobriu

Era uma lama fedorenta
Preta, escura, melequenta
Muito horrível de se ver
Mas o povo hipnotzado,
Achando tudo engraçado
Se danou a agradecer:

-É asfalto, minha gente
Chegou em nossa cidade!
É só pisar e e sentir:
É asfalto de verdade!
-Muito obrigado, Ôba Ôba
Ninguém tinha feito isso!
Só você, disse-me o homem-
Tem competência pra isso
E não brinca em serviço
Só quer é nos ajudar!
Fazendo o que prcisamos
Pra nossa vida melhorar!

E o povo gritava,
Filmava e fotografava
Ôba ôba,acenando.
quando eu olhei pra cima
lá nas telha de uma casa
lá de cima o diabo olhava
e ria todo dançando!

E me disse essas palavras,
Dentro da sua razão:
Só tenha muito cuidado
Pra não enganar o irmão!

Prometi diminuir
O tamanho da minha ambição
Pra num ter nenhuma zanga.
Olhei pro outro lado
Lá estava o desgraçado
Chupando uma enorme manga!

Era o cão chupando manga!
Num tinha visto nada igual
Despreocupado, assobiando
Só olhando o lamaçal!!!

Era asfalto na cidade!!
Era só o que falavam
Todo alegre o povão!
Tudo só enganação!!
A magia do amuleto
Que em tudo dá um jeito
E ideia do irmão cão!

Agora o que me preocupava
Era o diabo do gigante
Amanhã ele aparece
Com aquela cara de arrogante
Eu tenho que pensar num jeito
De mandá-lo pra “Caixa prego!”
E também num novo feito
Pra enganar esse bando de cego!

Ficar rico, ficar rico!!!!
É só o que quero agora
Meu cãozinho preferido…
Aparece sem demora!
Diabo de cão saliente,
Chupa manga e vai embora!!??!!!!

CAPÍTULO IV

A MASSA NA PRAÇA…
…E o diabo tomando cachaça!

O povo queria mais
Gritava, correndo atrás
Ô povinho ambicioso
Eu precisava ser mais astucioso

E nada do diabo chegar
Eu não podia mais esperar
Pensei logo o que fazer
Para o povo se entreter.

O que faço, o que faço?
Ai, ai, ai, que embaraço!
Tá me dando uma aflição!
Vou morrer do coração!

Foi quando chegou um grupinho
Se aproximou do meu caminho
Eu estendi logo a mão.
Ninguém me cumprimentou
A aflição aumentou
Aí chegou o ESTRELÃO

Então me tremi todinho
Quase que molho a calça
E o povo se aproximava
Tomando conta da praça.

Estrelão assim falou:
Essa massa aí na praça
Não tá só fazendo graça
É a massa dos “professô”

Lembrei que eu também
Já tinha sido professor
Quase amoleço o coração
Quando eu ia chorar
Apareceu o irmão cão!

Rapidamente levantei
E comecei a perguntar
Não estão felizes não
Com o que estão a ganhar?

Pago o salário em dia
Tem de tudo que vocês querem:
Material didático nas escolas

Tudo da melhor qualidade!
São os funcionários mais bem pagos
De toda essa cidade!
Esse ano, sem reclamar
Paguei gratificação
Paguei bônus todo mês
Pra que tanta insatisfação?
Inda tem mais uma coisa
Que eu tenho que falar:
Vcs são uns mortos de fome
Que só sabem reclamar!

Eles, só na paciência,
Me olhando sem parar
Depois deram meia volta
Volte e meia foram dar.

Quando eu fui perceber
O gigante ali estava
Bem no meinho deles
Para mim ele acenava

Me aproximei todo feliz
Como um cachorro faminto
Será que o ESTRELÃO
Vai fazer o que já pressinto?

Será que o gigantão
Já mudou sua opinião?
Será que ele quer reatar
E vir pro lado de cá?

E cheguei mais perto
Será que eu estava certo?
“Olá amigo querido!
Nós podemos ser amigos?”
E estendi a minha mão
Ele me olhou então
E com a boca arreganhada
Deu uma baita gargalhada!
E continou assim dizendo:
O que é isso que está fazendo?
Tu pensa que eles tão querendo
Apenas te desafiar?
Eles são bem corajosos
Não tem nada de medrosos
Eles vão te detonar!

Me detonar, me detonar…
TÔ COM MEDO!!HÁ, HÁ, HÁ
Eu acabo com essa pouca vergonha
Como ousam me desafiar?
A partir de hoje, sem demora
Acabou a mordomia
Vão trabalhar dobrado
Dia e noite,Noite e dia
Nada de bônus, nada de nada
Sou eu quem mando, sabia?

O gigante saiu rindo
E eu fiquei tão chateado
Pôxa, que bando de gente chata,
Ninguém quer ficar do meu lado!

Tava triste no meu canto
Quando o diabo apareceu
“Para de frescura, malandro
Cadê o amuleto? Rumbora mais eu!”
Ficou olhando pra mim
Fazendo um monte de graça
Tava vindo do botequim
Vinha tomando cachaça!

“Pra onde é que nós vamos
a essa hora do dia?
Que diabos que tu tem
Pra que tanta alegria?”

“Vamos, vamos, disse o diabo
Tu num sabe o que aconteceu!
Deu certo aquele negócio
Que tu preparou mais eu!
Há, há, há,deu tudo certo
Agora nós vamos arrebentar!
Esse povinho daqui
Não perde por esperar!
Bora, bora, vamo lá
Anda “mundiça”, te levanta
Ah aproveita e me leva nas costas
Tu pensa que o diabo num cansa?”

Como um burro velho de carga,
Botou o diabo nas costas
e saíram em disparada!



CAPÍTULO V

O Grande Feito

Ainda com o diabo nas costas,
Perguntei , aperreado:
O que faço com aquele povo?
Seu cão desnaturado?

Ele deu uma gargalhada
E se jogou do outro lado
“Sei lá, tu tem o amuleto
Faz pro povo algum agrado…
Lembra que o povão é pobre
E precisa ser ajudado”.
O diabo falando aquilo?
Fiquei a me perguntar:
Será que esse disgramado
Tá querendo me enganar?

Joguei a minha pergunta:
Como faço pra agradar?
Esse povo quer de tudo
Só sabe é me aperrear.

“É verdade, quer de tudo
Mas de tudo tu pode dar!
Vc tem o troço mágico
Pode tudo transformar”

“Venha cá, venha comigo!”
E me arrastou o desgraçado
Subimos na duna mais alta
Eu via toda a cidade!

“Já fiz isso uma vez
Mas de todo não deu certo
Mas contigo sei que vai dar
Por que tu é um homem esperto!”

Olha lá para a cidade,
Ela é tua, companheiro!
 Neste lugarzinho agora
Tu é o dono do dinheiro

E tem algo a teu favor!
O teu presente, o amuleto,
Que pode ser grande aliado
Com ele tu faz qualquer feito

Anda, cuida, pensa logo
Teu tempo tá quase acabando
Vc não vai querer ver
 O Estrelão te derrotando!!!
Tu num é o maioral
Faz tudo sensacional?
Pois anda, cuida ligeiro,
E não vá se sair mal

Agora é a hora da prova
Eu tudo já te ensinei
Te ensinei enganar besta
E depois ir fazer festa
Te ensinei as falcatruas
Não acha quem melhor te instrua!
Então eu quero ver
Se aprendeu direitinho
Vamo, venha cá meu filho
Olhe lá um passarinho!

E quando eu olhei pra cima
O diabo me deu um rasteira
Ah, rapaz tá muito fraco
Se enganou com essa besteira?

Esteja sempre, sempre atento
Observe até o vento
Para não se enganar
Agora vou ser bem claro
Eu te trouxe aqui , cavalo
Apenas pra te testar.

Me testar?Que bobagem é essa?
Era esse o motivo da pressa ?
Por que me arrastou pra cá?
Anda logo, miserável
Que coisa mais lamentável
Esse diabo me testar!

Bem, disse assim o desgraçado:
Tenho que fazer isso
Pra me sentir aliviado
Foi um trauma que eu tive
No meu maldito passado!
Olhe para cá,olhe rápido!
Não me faça desitir
Olha lá pra tua cidade
Precisa de algo novo!

Dá comida pra esse povo,
Emprego, sei lá mais que
O povo prcisa de alimetação
Pra poder sobreviver

E aí eu disse assim:
Não so de pão vive o homem,
O diabo gritou irritado:
Essa frase eu já ouvi
Não me engane, desgramado!

Não deu certo com Aquele
Mas contigo tem que dar!
Faz a mágica do amuleto
Anda logo, bora lá!
Vc é o poderoso
O mais , mais, o glorioso!
Mais poder vc terá
Basta fechar os olhos
Para tudo transformar!
Ou então eu vou-me embora
Pro inferno ou pra qualquer lugar!

Bora , aquela pedra lá!
No que pode transformar?
Eu jjuro que fiz esforço
Tirei o amuleto do bolso
E comecei a apertar
Fiz  a reza, o caqueado,
E o diabo do meu lado
Só pra me sacanear!
Eu tinha que fazer aquilo
Senão eu tava perdido
E se ele quisesse me matar?

Depois de rezar bastante
Naquele mesmo compasso
Resolvi na tentação
Dar o meu primeiro passo:
A pedra na minha mão
E do meu lado o cão
Rindo, cruzava os dedo
E eu, morrendo de medo!

Apertei, fechei os olhos
O amuleto esquentou
Estava quente como chama
E da minha mão escapou
Quando olhei para baixo
Algo estranho acontecia
Não tinha mais tanta areia
Coisa nova ali surgia
ERA TANTO DO CONCRETO
Uns negocinho de seis pontas
Em formato engraçadinho
Era de perder a conta

Que diabo é isso?Eu perguntei
O diabo ria, satisfeito
Anacreonte, Anacreonte
Esse é teu novo feito
E te dou os parabéns
De já devo admitir:
É um feito genial!
Agora joga nas ruas
Acaba com o areial!
Será uma boa estratégia
Pra alegrar esse povão
Vão dizer: Nossa que homem bom
E tu montando no dinheirão!

Fiquei muito satisfeito
Por aquilo que eu tinha feito
Agora perdia mais não
Ia ser o meu tesouro
O concretinhos, meus ouro
Bloquetinhos pro povão!
Tinha achado a solução:
Concretinhos pro povão!!!
Tinha achado a solução:
Concretinhos pro povão!!!