quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Poeminhas na madrugada...



Espelhos  do tempo

 
Remontando o tempo
Vejo espelhos de mim mesma
Confundindo olhares,
Cruzando pontes
Fazendo elos, mirando horizontes...
Sonhos e risos e gostos
e flores e cores
Amadurecidas no azul do céu
Resumidas no sol do fim da tarde...
No por do sol...
Sou amante dos fins de tarde,
como também amo as madrugadas.
São transições perfeitamente deliciosas,
como o doce da fruta madura,
como a primeira vez que provei teus lábios...
Silenciosamente...
Audaciosamente...
De repente invadindo
Refazendo...
Reflexos.
Valsa de espelhos .




Louco pensamento


Não gosto de estranhas palavras
Nem de estranhos pensamentos
Loucos pensamentos sim,
Desses eu gosto.
Pensamentos loucos
Fazem – me refletir sobre a minha imperfeição...
Mas estranhos pensamentos não...
Desses eu não gosto!
São como pessoas estranhas,
De difícil convivência.
Agora, pessoas loucas são diferentes...
Você até ri das pessoas loucas!
E chega a compactuar de suas loucuras,
Inocentemente...
São assim os pensamentos loucos...
Ingenuamente compartilhamos de suas loucuras,
Naturalmente...
Brevemente também!
Quando me dou conta...Voou!
Voou o pensamento,
Perdeu-se no vento!
Fiquei rindo do louco pensamento!

 


 

 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


Razão incerta

Quem entende os desatinos da razão?
Sonhos, devaneios...
Pensamentos seus que parecem alheios...
A razão se perdendo na ilusão...
Em um vão de coisas no espaço do então...

Reticentes, as horas se entrelaçam
E entre elas os desejos se disfarçam
Caminham como luzes,
Misturam-se como grãos...

Às vezes acho que a razão perde o juízo
E que o juízo não tem razão;
E assim nossas certezas,
Como que arrastadas em correnteza,
Vão...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


# O REGADOR #

Um simples objeto me fez refletir nesta manhã de 07 de novembro de 2011: UM REGADOR!

Perambulei por toda a cidade à procura de um regador que seria usado em uma apresentação escolar.Fui de loja em loja, perguntei, insisti e persisti e NADA! Não tinha regador...Em qualquer loja não tinha regador...Deve-se pensar agora:”Que reflexão mais boba essa...”E eu venho repetir aqui a pergunta que me fazia a cada esquina esta manhã...

Por que não vendem mais regadores?O que aconteceu com esse equipamento de jardinagem que já foi tão utilizado em outros tempos?Lembro-me de regadores nas gravuras dos contos de fada que li na infância...Eles sempre estavam presentes lá...Não só nos contos de fada;lembro de minha vó, de minha mãezinha regando todos os dias de manhã cedo o jardim do quintal...Lembro das plantas...Do cheiro das rosas...Das cores de todos aqueles amanheceres...E quem estava lá também?O REGADOR.

Pergunto-me se as crianças de hoje trarão em suas memórias de amanhã cheiro de plantas regadas, cheiro e gosto de natureza...Será que trarão?Será que se lembrarão de regadores em páginas de livros?...

Hoje o comércio não oferece mais regadores porque as pessoas não precisam mais deles...Não há tempo para acordar cedo e regar plantas...Não dá tempo nem de ter plantas...As pessoas não querem mais cultivar plantas e dinheiro não precisa ser regado pra nascer! As pessoas querem dinheiro; correm atrás dele com desespero , sem tempo, no “tic-tac” dos segundos, porque cada segundo vale dinheiro, cada palavra vale dinheiro, cada gesto, talvez, também valha algumas moedas...

Nem entendo por que temos tanta pressa...Pressa nas conversas, pressa no trabalho, pressa para comer, pressa para se vestir, pressa para ter e pressa para ser...Ah se lembrássemos que a pressa nos tira a degustação minuciosa dos momentos...Ah se lembrássemos como é bom regar as plantas cedinho e ver o sol nascer, e sentir a terra molhada e ouvir o galo cantar nos primeiros raios...O grito da vendedora de tapioca, o cheirinho do pão que acaba de ser feito,do café, e ir ouvindo aos poucos cada movimento do dia pro nosso dia  ter mais sentido...Talvez se nós tivéssemos plantas e , consequentemente, regadores, as manhãs teriam um pouco mais de sentimento, teríamos um pouco mais de afeto por nossos dias...Mas não temos tempo! “QUEM ME VENDE UM REGADOR?”