segunda-feira, 29 de outubro de 2012


NOSSO QUERER

Ventos em tempos,
Tempos ao vento.
O querer...
Sem mas,sem porém...
No instinto, segredo
De quem quer ,sem medo,
Ir além.
Além do ser , do querer,
Nos olhos cansados,
Embaixo de gotas,
Conversas loucas,
Risos na boca
Eu e você.
Descortinados abraços
Mãos, pele,espaço...
Hiato
que o silêncio rega,
Palavras
que o vento leva
No tempo
que  tudo entrega
Nas mãos desse nosso querer.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

CAPÍTULO XIII




CAPÍTULO XIII

LE GRAND FINALE


E a cidade alagada,
população desesperada
e eu ali sem solução;
O diabo puxava meu braço,
tava um grande embaraço,
uma grande confusão!

Saímos em disparada ,
passando por toda a água
que estava na cidade
tínhamos que dar um jeito
Pois aquele grande feito
Não podia dar em nada.

E fomos à macumbeira,
Tava grande a desgraceira
Tava tudo dando errado;
Nós três então nos reunimos
pro quarto escuro então saímos
Eita diacho, que cilada!

O povão gritava em desespero
faziam-me tanto apelo, 
e eu não sabia como ajudar;
a macumbeira deu um jeito,
me pediu o amuleto
e começou foi a rezar.
gritava, rezava alto,
girava e dava saltos;
Fiquei no canto a olhar;
Foi quando tomei um susto
e o diabo deu 5 pulos
e tudo começou a girar.

A cidade toda rodava;
pra todo canto que eu olhava,
era o povão a girar;
a macumbeira sorria
dizendo que já sabia
que ia funcionar!
gargalhava e entortava a boca
parecia que tava louca
e não parava de gritar!

De repente sai na porta
o diabo então sorria
como no ralo de uma pia
a água então escorria
para dentro de um buracão
e eu via todo o povão
se acabar e o diabo ria

De repente, a água acabou,
aquele susto então passou
mas cadê o meu povão?
perguntei ao irmão diabo
ele disse: Olhe pra baixo!
e eu olhei por buracão.

Estão ali, aliviados;
eu olhava admirado
para aquele buracão;
e agora, o que faremos?\
Como será que então faremos

pra puxar esse povão?


Ah, irmão Anacreonte
Eu já fiz por ti bastante
agora será assim:
O povão ficará aí
até então se decidir
de quem amanhã será o fim;
se será teu ou do Estrelão,
e, falando no gigantão
deve estar vindo por aí!

É amanhã o grande dia?
Me diga diabo maldito!
E eu? Como é que fico?
O povão tá todo aqui;
ficarão é mais zangados
me odiarão esses diabos
e então será meu fim!

Eita que diacho de homem medroso, 
cadê o teu amuleto?
usa agora ele direito
hipnotiza esse povão.
faz ficarem adormecidos
até ficar decidido
se é tu ou Estrelão.

Ah, também ouvi dizer
que estrelão mandou fazer 
para ti uma armadilha
Vou ali em casa já
vou correndo vou buscar
a macumbeira, minha filha!

Tua filha? A macumbeira?
Deixa de dizer besteira
seu diabo mentiroso!
É verdade, irmãozinho
é minha filha, seu burrinho
ai como eu sou maravilhoso!

Eu ensinei tudo pra ela 
e mandei ela pra cá;
pra ela deixarei toda a herança
das mentiras, das lambanças
quando pro inferno eu voltar.
Mais deixa isso pra lá agora
vai correndo sem demora
que a hora tá pra chegar
já avisei à tropa choca
que o estrelão quer te pegar!
Vai lá, pede proteção.
te faz de santo,desvia a atenção
enquanto isso eu vou cuidar 
de ludibriar o povo
ai, como sou articuloso!
É claro que vamos ganhar!

E assim aconteceu:
Durante todo aquele dia
fizemos estripulia
pra todo mundo enganar
enquanto pro buraco eu descia 
pra falar com a tropa choca
o diabo fazia "trocas"
pro povão me aceitar!

E num é que deu tudo certo?
Eita diabo maldito e esperto
conseguiu o que queria...
Colocou todo o povão
no fundo de um buracão
e todo mundo inda sorria!

Hipnotizei o povo
com o amuleto de novo
e subi pra superfície
Esperando pelo gigante
Que já vinha cruzando a ponte
para o duelo;patife!

Nem foi tão difícil assim
tava tudo bom pra mim
e o povo no buracão!
Todo mundo enfeitiçado
junto com a macumbeira e o diabo
Esse é o meu povão!

Estrelão chegou, que medo!
com sua trupe a me encarar
todos eram marrudões,
eu comecei a chorar!
Foi quando chegou o diabo
Dizendo em alta voz:
Covardia, Estrelão!
Não eram vocês a sós?
Queres enganar meu irmão?
Mas olha que traição!
Não podes fazer assim!
Tu que és o honesto
desde o começo da história
permaneça até o fim!

Agora, não tem mais jeito
o povão do lado direito
é claro que não te quer mais!
Olha como estão ali
Todos rindo para mim
Desiste disso, rapaz!

Grita, meu povo amado!
Ordenava o diabo
e o povo, hipnotizado,
começava a bradejar:
Ôba, ôba, ele é o rei!
Ôba, ôba,è nosso rei!
Estrelão sem acreditar!
Ele dizia a chorar:
Esse povo é aquele
que tanto pediu ajuda?
e agora de opinião muda
não entendo ,o que é que há?

Não há nada de incorreto
Respondia o cão esperto
O povo nele confia!
E apontava para mim
Anacreonte, vem aqui!
É tua hora , irmãozinho,
O povo só pensa em ti!
Derrota logo o inimigo
E então junto contigo
estarei até o fim!

E o  povo então vibrava
Estrelão não acreditava
que tragédia! Que horror!
Tantos dias livrando o povo
e agora, outra vez, de novo
O povo nele acreditou

O gigante admirado
afastava-se odiado
desistia do duelo;
Esse povo merece mesmo
é continuar bem preso
Nas correias do teu chinelo!

Confiei demais no povo
e me traíram de novo
onde está a honestidade?
Pois venceste, Anacreonte,
Retirou-se o gigante
e caminhou pela cidade
Do buraco então subiam
homem , mulher, uma minoria
para ele acompanhar.
Estamos contigo,estrelão!
Ainda acharemos a solução 
pra isso tudo transformar!

Foi o dia mais feliz
mais feliz da minha vida;
vi o gigante odiar
a minha população querida
e eles lá no buracão,
o meu querido povão
fazia festa, feliz da vida!

A patotinha, os patetão
as diabetes, era o povão
Feliz, alegre, satisfeito!
Foi só fazer umas troquinha
que logo essa gentinha
se dava por satisfeita!

E agora, diabo velho?
como será o fim da história?
Faremos par eles promessas
como fizemos outrora?
Claro, claro, irmãozinho
isso temos que fazer
Mas nada será verdade
honestidade nunca iremos ter!
Passarão mais quatro anos
para nós fazendo festa
Nos amando, idolatrando
E nem verão que tu num presta!
Mas agora vamos comemorar
o povo está a esperar
lá dentro do buracão!
deixa todo mundo lá
nem conta irão se dar
Venha logo com seu irmão!
Pegue aí seu amuleto
inventa aí mais um feito
pra então comemorar;
anda logo, cuida ligeiro!
deixa de alisar cabelo
E vamo, que vamo lá!

Eu já sei o que fazer
disse ao diabo com alegria
vou mandar cair uma chuva
de bebida e de folia
Mas vou hipnotizar todo mundo
pra comemorar a aposta
na  verdade não será chuva de nada
mas sim uma chuva de bosta!!!

O diabo ria e gargalhava
e o povão no buraco dançava
esperando a festança
a chuva de bosta caindo
E O POVÃO TODO SORRINDO
Era uma baita festança!

O povo continuou no buraco,
Anacreonte com o diabo nas costas;
quando Anacreonte se zangava
Lá vinha chuva de bosta!
E o diabo sempre dizia:
É disso que o povão gosta!

(E... no quarto escuro...)

Lembro como se fosse hoje
quando conheci o irmão cão
com o sonho de ficar rico
e um amuleto na mão.
Vou enricar mais quatro anos

Né isso que o povo quer?
Continuarei sendo sacana

nadando em rio de grana, 
fazendo o que eu quiser!

Até mais, povo da internet,
E só pra cês relembrar:
Sou o rei desse lugar,
Dominador melhor não há,
faço tudo que precisar
pro povão sempre me amar!

Sempre soube a solução
pra burrice do povão!

Sempre soube a solução
pra burrice do povão!


(Continua...)



























quarta-feira, 3 de outubro de 2012




 CAPÍTULO XII


O DILÚVIO


Tava só lá no meu rio
e as diabetes deram as caras;
vinham cheias de papéis
números, bolas, coisas raras
vieram fazer a mágica,
me ajudar em grandes feitos;
ficaram tão abismadas
nunca viram um rio daquele jeito...

Disseram que o Estrelão
tava dominando tudo;
que tinham passado na rua
e visto um grande absurdo:
Ele tinha reunido
um grande número de gente
e todos que estavam lá
pareciam bem contentes
e confessaram o seguinte:
Que mesmo fazendo magia
que mesmo virando os números
Invertendo a numerologia,
mesmo assim com esse feito
a situação como tava
ainda não teria jeito

O povo ama o estrelão
elas disseram isso então;
E você, Anacreonte,
deve pensar bastante
no que mesmo irá fazer;
Se o povo descobre tudo,
que trocamos aqueles números,
o que pensarão de você?
Que é um charlatão, hipócrita, coisa assim?
Se ficarem com mais raiva
aí mesmo que será teu fim!

E o diabo onde está?
por que ele sempre some?
perguntei isso a elas
deviam saber do homem.

Está lá, lá no local,
vendo o Estrelão falar
ouvindo cada palavra
pra depois te repassar...

Pois fiquem aí, façam a mágica
que eu irei até lá;
quando tiverem com tudo pronto
é só então me procurar
divulgaremos o resultado
em tudo quanto é lugar
mesmo que seja falso
o Estrelão vai é pirar!!!

Eu vou acabar com a palhaçada
Sou eu que mando na cidade
expulsarei todos de lá.
e contarei-lhes a novidade:
Com os números já prontos
e a água pra chegar
o povo ficará louco
e vai passar pro lado de cá!!!

Mas a água tá chegando?
perguntaram as diabinhas.
que nada, bando de burras
é só mais uma mentirinha.
Vou enrolar o povão
até quando eu puder
preciso ganhar o duelo
e seja o que o diabo quiser!

E sai naquela noite
sem esperar ordens do diabo;
decidi por mim sozinho
botar ordem na cidade;,
chamei tropa de choca
chamei tudo quanto foi guarda
e foram me protegendo
pro povinho comigo não fazer nada;

Bem, quando eu olhei de longe
me assustei com tanta gente;
deu vontade foi de ir embora
e o povo todo sorridente.
Aí a raiva aumentou,
fiquei logo enraivecido;
Dei um grito ensurdecedor
o Estrelão ficou estarrecido!

o povo paralisou
e eu fiquei sem ação
caminhei pro meio do povo
ainda sem direção;
e disse em alto e bom som
para quem quisesse ouvir:
pode parar com tudo,
pois sou eu quem mando aqui!

Eu sou o soberano
sou  o rei, o maioral
Vocês se não me ouvirem
vão todos é se dar mal!

e amecei, berre, gritei,
botei ordem naquela baderna.
Estrelão acalmava o povo
e eu estava uma fera!

Tava formada a folia
era o povo todo inflamado
quando olhei para cima
para cima de um telhado,
adivinhem quem lá estava?
Ele mesmo, o diabo!
Balançava a cabeça, em sinal de negação
me reprovando pelo que fiz
ai que ódio daquele cão!
Na hora que eu precisava,
 não tava pra ajudar;
depois que a bomba explodia,
o maldito aparecia
só pra me sacanear!

Eu tava tão distraído
olhando praquele cão
que não tinha dado conta
da grande esculhambação...
o povo se aglomerou
 todo ao redor de mim
 e me acabando de pedrada
diziam assim pra mm:
Anacreonte , seu bundão,
não se brinca com o povão!
Anacreonte , seu bundão,
não se brinca com o povão!

Eu até que tentei fugir
mas pra onde?
me cercaram!
quando mais eu me afastava
aí é que me fechavam!
Só tinha uma solução:
Pedir ajuda ao irmão cão.
Seu cão, maldito, encrenqueiro,
dá aqui a sua mão!
e sumimos no meio do povo
corremos, demo no pé.
tínhamos que dar um jeito
naquele bando de mané!

Faltavam apenas quatro dias
pra essa história ter um fim
Será que estrelão ganhava
ou a sorte estaria pra mim?

Corremos até em casa
igual gato, por cima das casas;
era magia do amuleto
ainda bem que eu tinha achado
ia já fazer um grande feito!

O cão me perguntou:
e o negócio da água?
como é que vai fazer
 pra enganar a negrada?
tinha que aproveitar era hoje
que tão tudo revoltada!

Bem, não sei mais o que fazer,
não sei de onde tirar
botei um dia desses uns caninhos
mas não foi em todo lugar!
Não dá mais pra resolver
isso em apenas três dias;
porém com a ajuda do amuleto...
o que então eu faria?
nosso lugar é rico
em água de qualidade;
só que ainda tão nos rios
não em canos pra cidade...
o povo também quer demais
já fiz o que podia fazer
pra esse povo ficar feliz
só se eu fizesse na cidade
um monte de chafariz!

É isso aí, que grande ideia!
Isso mesmo, Anacreonte,
Não é água nos canos que querem?
pois água terão aos montes.
faremos uma magia
com a ajuda do amuleto,
iremos fazer jorrar água na cidade
esse será teu grande feito!

E saímos lá pro lado
onde tava a confusão.
tinha ainda um pouco de gente
espalhada lá pelo chão.
Aproveitei logo o palanque
e disse logo pro povão:
Meu povo, estão preparados
para o que verão agora?
eu trouxe uma novidade,
verão já já, sem demora.
Enquanto eu enrolava o povo,
o diabo ia furando o chão,
com seus chifres de cinco pontas
e seu espeto , um espetão.
Ele furou a cidade inteira
em menos de 10 minutos
quando eu fizesse a magia 
o povo ia tomar um susto!

Foi então que eu peguei 
o amuleto na mão
e disse:ÁGUA PRA CIDADE!
Ouvi a gargalhada do cão.
Foi então que aconteceu
a verdadeira magia
pro povo ficar feliz:
Era água por toda parte
jorrando dos chafariz
Água encanada, meu povo,
não era isso que vocês queria?
Eita, meu coração não aguenta
com esse tanto de alegria!

O diabo ria, satisfeito
pelo nosso grande feito.
O povo saía nas portas
não tavam entendendo direito.
agora eu ia ganhar
era eu mesmo, não tinha jeito!

A panelinha feliz,
vendo tudo, batia palma.
Eu tava muito feliz
mas precisa manter a calma.
Pois quando olhei para a cidade
e praquela novidade,
Algo estranho acontecia:
Estava tudo alagado
o povo desesperado
correndo pra lá e pra cá
Seu diabo, cadê você?
e o resto do plano, 
me diga :Onde está?

Que resto?
Indagou o maldito.
De que resto está falando?
O plano era só esse
deve haver algum engano.

Sim, mas e agora?
Onde que é pra desligar?
Para onde toda a água vai?
como é que vai ficar?


Bem, gaguejou o satanás.
não se preocupe com isso...
Escoa pelo esgoto,
Não há mesmo nenhum risco!

Que esgoto, seu maldito
de que esgoto você fala?

Ora o esgoto embaixo do asfalto
Calma, Anacreonte, calma.

Mas aqui não tem esgoto
Me esqueci de fazer.
achei que fosse bobagem
e aí? Como vai ser?
Você deve ter algum jeito
Pra resolver a questão
A cidade tá inundando
Resolva esse problemão.

Bem, na verdade, meu irmão
não posso dar nenhum jeito
era preciso ter esgoto
pra dar certo o grande feito.
Você esqueceu de me dizer
Que não tinha isso por aqui.
Agora tamo perdido,
vamo é fugir daqui!

Fugir nós não poderemos
E o duelo, como  será?
Se daqui eu fugir
O Estrelão que vai ganhar!
Vamo lá na macumbeira
vamo ver se aquela louca
vai poder nos ajudar.

E saímos em disparada
a cidade, ao poucos, inundada,
nem dava pra acreditar.
Se a gente não desse um jeito
de destruir aquele feito
Todo mundo ia se acabar...

Eu não acho a solução
pra acabar com o estrelão!

Ai, ai, ai, qual a solução
pra acabar com o estrelão?




terça-feira, 2 de outubro de 2012

CAPÍTULO XI


CAPÍTULO XI

O SEGUNDO CONTRATO


Aos poucos, o povo chegava
Cada um que se aproximava
Observava com atenção.
Nosso circo era porreta,
Coisa de outro planeta
Como disse o irmão cão.

E falando no encardido
Tava por lá escondido
Não tinha aparecido não.
Ele que inventou a marmelada
E com a cara mais lavada
Me deixou só com povão!

Assim mesmo fiz minha parte
Dediquei-me àquela arte
Que me foi dada pelo irmão.
Fui ao palco, ao picadeiro
E o povinho vinha ligeiro
Assistir a apresentação!

DE repente, bem de repente
No meio da marmelada
O diabo do cão saliente
Apareceu na lona, do nada
E ria tanto de mim...
Dava gritos, me vaiava
Depois com a cara lavada
Acenava para mim.

Fingi que não tava vendo
E a plateia enlouquecendo
Amando o pinoquito...
Contei piada, fiz foi graça
E povão no meio da praça
Do principal tavam esquecendo...
Ora, ora, claro que sim
Lembravam mais quase nada
Sorriam todos pra mim...
Mas que jogada de mestre,
Esse diabo é uma peste
Trouxe o povo de volta pra mim!

Acabou a apresentação do palhaço Pinoquito
O povo vinha me cumprimentar
Me abraçava,tava comigo.
Eram de novo meus amigo
Foi tão fácil ludibriar...

Tava naquela babação
Quando ouvi uma agitação
O povo a se aglomerar...
Tinha algo acontecendo
 E eu nem tava sabendo
Vou já lá pra observar.
Quando cheguei no meio da praça
Era o diabo fazendo graça
Estava vestido de burro
Pulava, dava coice, dava urro
Só pra chamar atenção.
Mas a atração não era eu?
O que foi que aconteceu?
Hein, querido irmão cão?

Não pode ser mais que eu
Antes já te disse isso
Tu tá metido demais
E eu não tô gostando disso...
Não posso te dar a corda,
Que tu já quer me enforcar;
Quer sempre o bonzão!
Esse palhacinho trapalhão
Não pode me trapacear.

Tu faz tudo sozinho
Só pra ti quer atenção.
Não vai chamar as diabetes?
Pra fazer apresentação?
Tá com mais de duas horas
Que fica sozinho com o povo...
Olha, presta atenção
Meu querido, meu irmão
Senão não tem circo de novo
Que cara mais ambicioso,
Que egoísmo horroroso,
que homem mais metidinho...
deve fazer só o que eu digo
se não estará perdido,
afasto de ti o povinho!
vai lá ,te despede do povão
e com muita emoção
chama a próxima atração!


E foi assim que eu fiz,
com muita raiva do diabo
Deixei o palhaço de lado
E chamei a apresentação.
Era as tal das diabetes
Vinham todas de tietes
Dançando ao redor do cão.
É, o cão também vinha
Soltando fogo pelas narinas
Parecendo um dragão.
O povão ficou com medo
Saiu correndo em desespero
Acabou a apresentação...

Fiquei possesso de raiva
E dei um grito no cão!
É só eu que faço errado?
O plano agora tá estragado!
E agora sr. Diabão?
O que fazemos então
Pra trazer de volta o povão?
não devias ter feito isso

Não devias mesmo, irmão cão.
Provocaste a minha ira,
Com essa tua mentira
Com a tua apresentação
E agora? Se eu perder?
Como então poderá ser?
Anda responde, seu cão!

Ah, sei lá, Anacreonte!
Vais viver debaixo da ponte!
Mas sinto que não vais perder...
O povinho é mesmo burro
Parece um pouco absurdo
Mas uns ainda te querem no poder...
Deve ser educação
Que não investiste nela, então
O povo continua burro pra doer...

Nem tão burro, satanás
Deixa de onde , rapaz
Falas isso pra enganar
Tu sabes a realidade
O que se passa de verdade
Pare de me enrolar.

E, Mas acho que vais ganhar
Eu aposto na tua vitória
E no final desta história
Nós vamos comemorar!

E se acaso eu perder?
E de mim o que vai ser ?
Quem rá me ajudar?

Pare de besteira, homem
Tu és o tal, Anacreonte
Não podes pensar assim
Não seja tão negativo
Mais uma vez te digo
Confia, confia em mim!

Há há há, quer que eu sorria?
Como posso confiar?
Tu é satan, o danado
Só vive de enganar!
A não ser que façamos contrato
Acordo, assinado embaixo.
Tu queres te arriscar?

“Contato nós já fizemos;
Num te lembra nem mais ou menos
Do acordo do começo?
É tão bom te dominar
É tão bom te comandar
O poder não tem mesmo preço!
Mas faça aí novo contrato,
Afirmando sua vitória;
Eu me responsabilizo por ela.
Vou tomar de conta do duelo
Não te preocupe, amarelo,
Eu vou te fazer ganhar!
Se eu não me garantir
No dia do duelo assim,
Pode escrever aí:
Ficarei de quatro patas
Bem no meio daquela praça
Comendo tudo quanto é  capim!
Pode acreditar em mim!”

Vou acreditar, seu diabo
No contrato assinado
E vou esperar assim:
Tu irás me defender,
Magias irás fazer,
Estarás comigo até o fim.
E se acaso eu perder,
Novo circo rei fazer,
Pode acreditar em mim
E a nova atração
Pro povo rir de montão
Será o BURRO COMENDO CAPIM!

É isso aí ,Anacreonte,
Agora quer que eu te conte
Um segredo de verdade?
sei onde tá o amuleto

Há ha há eu não tenho jeito
Eu sou o reizão da maldade!

Estava sempre comigo
Me desculpe, meu amigo
Só queria te assustar.
Gostou da brincadeirinha?
foi só uma mentirinha

Só pra te sacanear.


Pois me dá logo Aquele troço
Preciso fazer um negócio
Antes do tempo acabar
Faltam apenas 5 dias
Não aguento essa agonia
O estrelão vou assustar!
E eu já pensei em tudo,
Com a ajuda do amuleto
Vou fazer o último feito
Antes do dia chegar...
É a tal da água encanada
Vou inventar pra negrada
Que ela tá pra chegar.
Os bichin vão ficar alegre
E não vai ter quem negue
Que ela tá vindo pra cá.
Com a ajuda das diabetes,
Faremos uma enquete
Também para assustar.
Não disseste que as tais gurias
Mexem com números, magias?
Então podem ajudar...
Será tudo mentirinha
Os números, a enquetezinha
E a água que vai chegar!

Anda logo, tá acabando o tempo...
De desespero eu não mais aguento
Eu só penso é em ganhar!
Chama lá as diabetes,
pra cuidarem da enquete
dos números que vão trocar!
E traz aqui o amuleto
Agora eu me animei de jeito
Estrelão, pode te preparar!


Uma enquete com o povão
Pra assustar o Estrelão!

Mentirinhas pro  povão
Pra acabar com o estrelão!







































SOMOS FOLHAS NESTE OUTONO...

Cheiro de bons tempos...Há no olhar do povo de Tutoia um anseio por novos dias...Sei que não haverá por lei uma transformação, um revolução; e que corre ainda o risco de tudo permanecer completamente igual... Mas há um impulso que nos leva a crer na  novidade. Há uma consciência positiva diante dessa realidade que nos afronta com gritos autoritários...Há ainda um desejo consciente por esta mudança de estações...
Parece outono em nossas emoções...Folhas secas ao chão, descoloradas, sem vida, levadas pelo vento...Porém, arvores renovadas, revigoradas, dando novos frutos doces de provar...Céu de outono em nós...O outono se faz de nuances , de detalhes, de entrelinhas; não é óbvio e nem é para todos. É outono em nossas decisões. Observemos cada nuance que aparece , cada detalhe, cada reticência com jeito de ponto final. O outono é feito de pequenas revoluções...Não há nos dias e noites do outono, a exuberância do verão...Há sim serenidade na imensidão de detalhes que ele nos traz no anúncio do próximo sol...O outono não é uma estação apenas da natureza, não se faz fechado em sim, é quente e ameniza o frio; é frio e refresca o calor no coração...Como disse Nietzsche: ”Repara que o outono é mais estação da alma do que da natureza...”
E hoje nossa alma se faz outono, porque está chegando a hora de com  as cores deste outono desenhar no chão novos caminhos...É fato que as folhas caíram no chão, mas não porque quisessem ou assim desejassem estar, mas sim porque já era tempo de cair, mas sim porque chegou a hora de mudar.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012







CAPÍTULO X

Hoje tem marmelada?


E encontramos os atores
Preparamos a encenação
O cenário todo pronto
Era a isca pro povão!

Me amarraram lá na ponte
E comecei a gritar !
Era de manhã cedinho,
O galo cantava baixinho
Bem longe daquele lugar...

Chamei tanto pelo diabo
E o encardido não chegava.
Ninguém ouvia meu gritos,
Ninguém mesmo me escutava.
Ia passando um menininho
pra tomar banho na fonte
chamei ele , implorei
pra ele vir até a ponte.
Ele se aproximou
E perguntou o que eu queria;
Eu lhe disse :Chame alguém, menino
Acabe com minha agonia...
“Mas nem sei quem é você;
O que faz aqui nesta ponte?
O que quer por aqui?
Você parece o Anacreonte!”

Mas eu sou é ele mesmo
Culumin burro, quadrado!
Será que não percebeu
Que eu tô é amarrado?
Foi um homem muito mal
Que me bateu e me amarrou;
Sabem quem foi que fez isso?
Foi estrelão que me maltratou!

“Mas estrelão? Aquele lá?
Ele é homem tão bonzinho...
Como pode fazer isso
Com o senhor? Ó, pobrezinho...
Deixa eu chamar minha mãe
Para lhe desamarrar


Cuidar de seus ferimentos
Inté a ambulança chegar...”

Lembro que o menino saiu
À procura de alguém
Eu fiquei lá amarrado
Procuraando uma ajuda também

Depois de uma hora então,
Vem o culumim com um facão na mão
Vem pra me desamarrar.
Passou o facão nas corda,
Me olhou com cara torta
E começou a gargalhar!
Acreditam que era o diabo¿
Rindo de mim, o safado
Disfarçado de menino
Só pra me sacanear.

“fui atrás de ambulança,
Mas tu só fez foi lambança
E esqueceu o principal.
Não tem como cuidar de ti,
Se tu não correr daqui
Vai ficar passando mal;
Te bati muito forte
Brinquei com a tua sorte
Não lembrei do principal.
Anacreonte, seu quadrado
Tu não lembraste , danado
Não investiu no hospital...
Lá só tem uma ambulança
E ta tão acabadinha
Que não dá pra acreditar
Mesmo assim, sem combustível...
Olha que coisa terrível!
Como tu vai te tratar?”

Que besteira tinha feito!
Agora não tinha jeito
Tinha mesmo que continuar.
Eu tava todo acabado,
Ferido, todo ralado,
Quebrado de tanto apanhar.
Era dramatização
Mas pra dar emoção, o diabo
 resolveu exagerar!

O povo lá do lugar
Não acreditava em mim;
Ai, ai, ai, como eu pude
Descer o nível tanto assim?
Saí da ponte gritando,
Berrando e esperneando:
“alguém pode me ajudar?
Meu povo, eu fui sequetrado
Olhem só o meu estado
Estrelão mandou me pegar!”
O povo nem confiança,
Eu perdi a esperança,
O plano não funcionou.
E agora, seu  desgraçado?
O que fazer com esse estrago?
Olha o estado em que me deixou!

“eu¿a culpa agora é minha?
Há há há já chega, chega!
A idéia sim foi minha
De fazer a mentirinha
Só pro povo se enganar;
Mas não conclui o plano
Por causa de um engano
Que esqueceu de me avisar.
Por que não disse Anacreonte,
Por que não me disse ontem
Que num prestava o hospital?
Que  culpa  eu tive então?
Eu não sabia que o bobalhão
Ia ficar passando mal...”

E o diabo falava e ria
E agora o que eu faria?
Tava quase no final...

O diabo disse novamente
Tenho uma  idéia bem quente:
Será que vai funcionar?

Vai pra lá com tuas asneiras
Tu só sabe fazer besteira.
num vou nem me alegrar

“Escuta aqui, Anacreonte,
Como eu te disse ontem
Sou o rei da atuação.
Eu pensei em novo plano
Nesse não tem engano
É coisa boa pro povão!
Vamos armar um circo!
O povão adora isso!
Circo para alegrar...
Circo com muita marmelada
E também com palhaçadas
Para o povo se enganar...
Desviarão o foco de tudo,
Não lembrarão nem um minuto
Do gigante estrelão.
É essa a minha idéia
E amanhã será a estréia
do circo para o povão!”

lembro de tudo, tudinho
saímos pelos caminhos
programando as atrações:
o palhaço Pinoquito,
o dançarino mosquito,
os mágicos mequetrefes.
Mas a principal de tudo
ia deixar o público mudo:
era o número das diabetes!

O diabo disse sorrindo:
“As diabetes já estão vindo
Para a apresentação;
Trajarão roupas iguais,
Elas são sensacionais,
Vão conquistar o povão!”

Mas o que é que elas fazem?
O que irão apresentar?
Qual a especialidade?
Mágica, danças, maldades?
Dá agora pra falar?

“Ah, elas são tão poderosas,
Na verdade mentirosas,
Pois puxaram para mim.
Fazem numerologia
Com os números, feitiçaria
E adoram um din din!
Adoram puxar meu saco
Riem, dançam, um cambalacho!
Tudo elas fazem por mim!”

Quer dizer que a especialidade
Dessas tal de diabinhas
É viver pra te agradar?
Coitadinhas das bichinhas...
E se acaso eu me danar
Perder o jogo, vacilar?
Pra onde irão as diabinhas?

“ora, ora, vão comigo;
Não tem nada  a ver contigo...
Comigo irão voltar...
Para o quinto dos infernos
No verão ou no inverno,
Vão ter que me acompanhar!
Pois se tu perder a tal guerra
Aqui não haverá para elas
Nem mesmo um só lugar...
O circo será desarmado,
Cada um no seu quadrado
Vamos ter que nos conformar!”

Mas acaso se eu ganhar
O circo vai continuar!
E elas serão as estrelas
As atrizes de primeira!
As melhores do lugar!

E o circo foi armado...
Tava tudo enfeitado
E o povo a esperar...
Pelas ruas da cidade
todo mundo, na verdade,
tava doido pra ir olhar.

Preparei a maquiagem,
ensaiei as traquinagem
para o povo gargalhar.
era eu o Pinoquito
o palhaço esquisito
que ia se apresentar...

“Hoje tem marmelada¿
Tem sim senhor!”
E será dada de graça
Marmelada no meio da praça
Ôba, ôba, o povo gritou!

Tinha achado a solução:
Marmelada pro povão!
Tinha achado a solução:
Marmelada pro povão!