quarta-feira, 3 de outubro de 2012




 CAPÍTULO XII


O DILÚVIO


Tava só lá no meu rio
e as diabetes deram as caras;
vinham cheias de papéis
números, bolas, coisas raras
vieram fazer a mágica,
me ajudar em grandes feitos;
ficaram tão abismadas
nunca viram um rio daquele jeito...

Disseram que o Estrelão
tava dominando tudo;
que tinham passado na rua
e visto um grande absurdo:
Ele tinha reunido
um grande número de gente
e todos que estavam lá
pareciam bem contentes
e confessaram o seguinte:
Que mesmo fazendo magia
que mesmo virando os números
Invertendo a numerologia,
mesmo assim com esse feito
a situação como tava
ainda não teria jeito

O povo ama o estrelão
elas disseram isso então;
E você, Anacreonte,
deve pensar bastante
no que mesmo irá fazer;
Se o povo descobre tudo,
que trocamos aqueles números,
o que pensarão de você?
Que é um charlatão, hipócrita, coisa assim?
Se ficarem com mais raiva
aí mesmo que será teu fim!

E o diabo onde está?
por que ele sempre some?
perguntei isso a elas
deviam saber do homem.

Está lá, lá no local,
vendo o Estrelão falar
ouvindo cada palavra
pra depois te repassar...

Pois fiquem aí, façam a mágica
que eu irei até lá;
quando tiverem com tudo pronto
é só então me procurar
divulgaremos o resultado
em tudo quanto é lugar
mesmo que seja falso
o Estrelão vai é pirar!!!

Eu vou acabar com a palhaçada
Sou eu que mando na cidade
expulsarei todos de lá.
e contarei-lhes a novidade:
Com os números já prontos
e a água pra chegar
o povo ficará louco
e vai passar pro lado de cá!!!

Mas a água tá chegando?
perguntaram as diabinhas.
que nada, bando de burras
é só mais uma mentirinha.
Vou enrolar o povão
até quando eu puder
preciso ganhar o duelo
e seja o que o diabo quiser!

E sai naquela noite
sem esperar ordens do diabo;
decidi por mim sozinho
botar ordem na cidade;,
chamei tropa de choca
chamei tudo quanto foi guarda
e foram me protegendo
pro povinho comigo não fazer nada;

Bem, quando eu olhei de longe
me assustei com tanta gente;
deu vontade foi de ir embora
e o povo todo sorridente.
Aí a raiva aumentou,
fiquei logo enraivecido;
Dei um grito ensurdecedor
o Estrelão ficou estarrecido!

o povo paralisou
e eu fiquei sem ação
caminhei pro meio do povo
ainda sem direção;
e disse em alto e bom som
para quem quisesse ouvir:
pode parar com tudo,
pois sou eu quem mando aqui!

Eu sou o soberano
sou  o rei, o maioral
Vocês se não me ouvirem
vão todos é se dar mal!

e amecei, berre, gritei,
botei ordem naquela baderna.
Estrelão acalmava o povo
e eu estava uma fera!

Tava formada a folia
era o povo todo inflamado
quando olhei para cima
para cima de um telhado,
adivinhem quem lá estava?
Ele mesmo, o diabo!
Balançava a cabeça, em sinal de negação
me reprovando pelo que fiz
ai que ódio daquele cão!
Na hora que eu precisava,
 não tava pra ajudar;
depois que a bomba explodia,
o maldito aparecia
só pra me sacanear!

Eu tava tão distraído
olhando praquele cão
que não tinha dado conta
da grande esculhambação...
o povo se aglomerou
 todo ao redor de mim
 e me acabando de pedrada
diziam assim pra mm:
Anacreonte , seu bundão,
não se brinca com o povão!
Anacreonte , seu bundão,
não se brinca com o povão!

Eu até que tentei fugir
mas pra onde?
me cercaram!
quando mais eu me afastava
aí é que me fechavam!
Só tinha uma solução:
Pedir ajuda ao irmão cão.
Seu cão, maldito, encrenqueiro,
dá aqui a sua mão!
e sumimos no meio do povo
corremos, demo no pé.
tínhamos que dar um jeito
naquele bando de mané!

Faltavam apenas quatro dias
pra essa história ter um fim
Será que estrelão ganhava
ou a sorte estaria pra mim?

Corremos até em casa
igual gato, por cima das casas;
era magia do amuleto
ainda bem que eu tinha achado
ia já fazer um grande feito!

O cão me perguntou:
e o negócio da água?
como é que vai fazer
 pra enganar a negrada?
tinha que aproveitar era hoje
que tão tudo revoltada!

Bem, não sei mais o que fazer,
não sei de onde tirar
botei um dia desses uns caninhos
mas não foi em todo lugar!
Não dá mais pra resolver
isso em apenas três dias;
porém com a ajuda do amuleto...
o que então eu faria?
nosso lugar é rico
em água de qualidade;
só que ainda tão nos rios
não em canos pra cidade...
o povo também quer demais
já fiz o que podia fazer
pra esse povo ficar feliz
só se eu fizesse na cidade
um monte de chafariz!

É isso aí, que grande ideia!
Isso mesmo, Anacreonte,
Não é água nos canos que querem?
pois água terão aos montes.
faremos uma magia
com a ajuda do amuleto,
iremos fazer jorrar água na cidade
esse será teu grande feito!

E saímos lá pro lado
onde tava a confusão.
tinha ainda um pouco de gente
espalhada lá pelo chão.
Aproveitei logo o palanque
e disse logo pro povão:
Meu povo, estão preparados
para o que verão agora?
eu trouxe uma novidade,
verão já já, sem demora.
Enquanto eu enrolava o povo,
o diabo ia furando o chão,
com seus chifres de cinco pontas
e seu espeto , um espetão.
Ele furou a cidade inteira
em menos de 10 minutos
quando eu fizesse a magia 
o povo ia tomar um susto!

Foi então que eu peguei 
o amuleto na mão
e disse:ÁGUA PRA CIDADE!
Ouvi a gargalhada do cão.
Foi então que aconteceu
a verdadeira magia
pro povo ficar feliz:
Era água por toda parte
jorrando dos chafariz
Água encanada, meu povo,
não era isso que vocês queria?
Eita, meu coração não aguenta
com esse tanto de alegria!

O diabo ria, satisfeito
pelo nosso grande feito.
O povo saía nas portas
não tavam entendendo direito.
agora eu ia ganhar
era eu mesmo, não tinha jeito!

A panelinha feliz,
vendo tudo, batia palma.
Eu tava muito feliz
mas precisa manter a calma.
Pois quando olhei para a cidade
e praquela novidade,
Algo estranho acontecia:
Estava tudo alagado
o povo desesperado
correndo pra lá e pra cá
Seu diabo, cadê você?
e o resto do plano, 
me diga :Onde está?

Que resto?
Indagou o maldito.
De que resto está falando?
O plano era só esse
deve haver algum engano.

Sim, mas e agora?
Onde que é pra desligar?
Para onde toda a água vai?
como é que vai ficar?


Bem, gaguejou o satanás.
não se preocupe com isso...
Escoa pelo esgoto,
Não há mesmo nenhum risco!

Que esgoto, seu maldito
de que esgoto você fala?

Ora o esgoto embaixo do asfalto
Calma, Anacreonte, calma.

Mas aqui não tem esgoto
Me esqueci de fazer.
achei que fosse bobagem
e aí? Como vai ser?
Você deve ter algum jeito
Pra resolver a questão
A cidade tá inundando
Resolva esse problemão.

Bem, na verdade, meu irmão
não posso dar nenhum jeito
era preciso ter esgoto
pra dar certo o grande feito.
Você esqueceu de me dizer
Que não tinha isso por aqui.
Agora tamo perdido,
vamo é fugir daqui!

Fugir nós não poderemos
E o duelo, como  será?
Se daqui eu fugir
O Estrelão que vai ganhar!
Vamo lá na macumbeira
vamo ver se aquela louca
vai poder nos ajudar.

E saímos em disparada
a cidade, ao poucos, inundada,
nem dava pra acreditar.
Se a gente não desse um jeito
de destruir aquele feito
Todo mundo ia se acabar...

Eu não acho a solução
pra acabar com o estrelão!

Ai, ai, ai, qual a solução
pra acabar com o estrelão?




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