sábado, 15 de setembro de 2012






CAPÍTULO VIII


A TROCA ...
...O PERIGO SAI DA TOCA!


Ai, ai, ai, quanta alegria
Estava quase tudo certo
O povão continuava besta
E eu bonito e esperto

Passei todos esses dias
Maquinando, enquanto era tempo...
Já era quase o grande dia,
Tava chegando o grande tempo!

Que aflição, que agonia;
Precisava me apressar,
Reunir o meu povão
E outras mentiras contar.

Meu irmão, tinha sumido!
Era o diabo ali chegando;
Me assustou o desgraçado
E eu continuava andando.
Chegou outra maletinha
Eu  despejei lá no riacho
Quando tu for lá buscar
Vai ver um papelzinho embaixo
O papel é a notinha
Do valor que tem na mala,
Dos milhões que ainda tinha
O restante ta na sala.
Mas como é muito dinheiro,
Que tu guardou desde abril,
Pega só o que puder
E joga o resto no barril
E depois nós dois resolve
Onde bota os outros mil...
Agora vai te arrumar,
Tu tem que falar com o povo!
Anacreonte, irmãozinho
Tu tem que ganhar de novo!
Se por acaso não ganhar
Como será , o que vai ser¿
Tu mesmo "até que até"
Mas a patota, o que vai fazer¿
Puxa-saquismo não é emprego  
Tu sabe bem que não é
E como é que vai ficar
Esse bando de Mané¿

-Eu que sei¿TÔ nem aí!
Vão ter  é que trabalhar
Mas nunca que vou perder!!!
Tá tudo certo, eu vou ganhar!
Tua macumbeira num afirmou
Que num era pra eu ter medo
Que eu ia ficar onde estou?
Mas macumba é coisa minha,
Eu não sou de confiança;
Sou o rei da embromação,
Gosto mermo é da lambança!

E saímos em disparada
Para a pracinha central,
Eu tava muito agoniado
Quase passando mal!
Tava indo falar com o povo
Sobre me ajudarem agora,
Mas quando cheguei na praça
Quase que ia me embora
Só e somente a patotinha
Me aguardava àquela hora
Cadê o povo, minha gente?
Que ainda não apareceu...
Ai, ai, ai, que agonia
Assim não fico nem eu

Mas eu me mantive firme,
O diabo aproximou-se,
Deu um riso escândaloso
Que a patota espantou-se!

Pra que tanto desespero,
Irmãozinho tão amado?
Devias ficar tranquilo
Tens o diabo do teu lado!
E eu tenho grande ideia
Tu num vai acreditar!
Vamos lá na minha casa
Que nós se ajeita já, já.

E fomos até a casa,
Reparar a surpresinha
O que tinha diabo feito
Pra enganar a gentinha?
Quando chegamos na sala ,
bem pertinho dos milhão,
O diabo nada dizia
Só apontava pro chão;
Praquele monte de grana
Não dizia nada não...
-O que quer dizer, maldito?
Me diz logo, sem demora
Preciso falar com o povo
E tem mesmo que ser agora!
Anacreonte, seu bobão
Tu tens grande aliado
Cadê o teu amuleto?
Onde o deixaste alienado?

Onde estava o amuleto?
Ai, ai, ai,ali não tava
Procurava em toda parte
Procurava, procurava...
-Eu não sei onde botei
E agora, capiroto?
Sei lá, repara direito
Se num tá aí no teu bolso!

Tinha perdido o amuleto
E perdido agora eu estava;
Como fazer grandes feitos
Para o povo que me esperava?
E a hipnose se acabasse?
Ai, ai, ai como eu sofro!
Disse o cão com as mãos pra cima
E gritava o capiroto!
Diacho burro, tu é doido?
Não sabes que é o amuleto
O  que segura aquele povo?
Ah, mas tem outra coisinha
que o povo gosta demais:
É de dinheiro, maninho,
e isso tu tem demais!
Chama aí um dos teus trouxas
e bota pra trabalhar,
pra ir na casa do povo
vamo ver no que vai dar...
  
E assim foi que eu fiz :
Durante alguns dias
O meu trouxa ia que ia
Fazer o povo feliz.

Batia bem na portinha
Das casas mais pobrezinha
E deixava umas notinha
E convidava também
Para virem no encontrão
Dali a 5 dias, então
Não podia faltar ninguém.

Mas que jogada de mestre!
Xeque-mate, dez a zero!
E agora, estrelão?
Te derrotar é o que mais quero!

Depois de ganhar dindin
O povinho, alegremente,
No dia então marcado
Tava lá todo contente!
Aplaudia, ria, gritava,
Chamavam pelo meu nome;
E eu, lindo, acenava
Pro bando de morto de fome!
Era gente, mais era gente
Êta povinho errado!
A praça ficou lotada
Era gente pra todo lado!

E assim me pronunciei:
Boa noite minha gente;
Inda bem que vocês vêi!

Tô aqui pra garantir
Que se vocês me ajudarem
Farei muito grandes feitos
Pra seus problemas melhorarem!
Estão vendo esta cidade?
Está mudada, podem notar;
É asfalto, escolas novas
Saúde melhor não há!
Faço de tudo por vocês
Então vão ter que me ajudar!

Os salários tão em dia,
Tem água de qualidade,
Tem merenda nas escolas!
Isso é governo de verdade!

Tá todo mundo lucrando
Com essa minha governança
Adulto, jovem, senhora
Senhores, meninos, criança.
Sou pra todos o melhor,
O caminho, a esperança.

Não se zanguem, nem se aborreçam
Meus professores amados,
O que fiz com os milhão de abril
Foi só um cálculo errado!
É que não sei muito contar
Nem medir, nem calcular
E o dinheiro veio errado...

Mas tudo devolverei
Quando outubro chegar!
Prometo, faço uma jura
Vou aprender calcular!
Agora, aplausos pra mim
Foi pra isso que os paguei!
Isso mesmo, agora sim!
(Inda bem que o povo vêi)
O diabo tava ali
Só olhando a palhaçada
Aplaudia, pulava, ria
Sentadinho na calçada!

Despedi-me, alegremente
Mandei beijos, que emoção!
Eu estava confiante
E tomei uma decisão:
Se eu não achasse o amuleto:
MAIS DINHEIRO PRO POVÃO!
Tinha achado a solução :
DINHEIRINHO PRO POVÃO!
Tinha achado a solução :
MAIS DIN DIN PRO MEU POVÃO!














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