sexta-feira, 7 de setembro de 2012








CAPÍTULO VII



O ACORDO


Sete e sete são quatorze
Com mais sete vinte e um
Tenho um monte de dinheiro
E o povão num tem nenhum!!!

Eu que fiz esses versinhos
Do fundo do coração
Ia feliz pelo caminho
Com minha maleta na mão

Num supapo, estanquei!
Eita que eu num me lembrava!
Aquele dia era importante
E eu despreocupado estava!

Era sete de setembro
E eu tinha um compromisso.
Ai, ai, ai o que eu faço?
Como posso guardar isso?
Olhei pra maleta do lado
E olhei pro meu caminho
O povão se aproximava
Vinham ligeiro, ligeirinho
Olhei para o lado, era só mato
O que faço com o dinheiro?
Ai, ai, ai que embaraço!
Onde está meu companheiro?
Ô, maldito cadê você?
Justo quando mais preciso
Ele decide se esconder.

Era sete de setembro
Só ouvia era tambor
O povo vinha marchando
Pro meu lado, que horror!

Que diabos era aquilo?
Eu tinha que me esconder
Será que iam me matar
Ai, que eu não quero morrer!

Papai,me acode
Irmãozinho vem cá!
O que eu fiz de errado?
Por que querem me matar?

O diabo, em cima do muro
Na esquina,ria e ria


Te acalma, Anacreonte
Não precisa essa euforia!
O povo só quer te ver
Num carece essa agonia!
E de longe eu avistei
O gigante, o Estrelão
Liderava o alvoroço
Pisava forte o gigantão!

E os tambores tocando
No palanque me aguardavam
Tentei passar pelo meio,
Mas as pessoas não deixavam

Começaram a me empurrar
De um lado para o outro ,
Desataram a falar
Ai, ai, ai, que alvoroço!

Perguntei o que queriam;
Disseram: Nossos direitos!
Respondi: Cês tão no morro
Tô fazendo grandes feitos!

Estrelão se adiantou
E falou com voz gigante:
Também vim te dar um aviso
Um aviso importante

Pode dizer seu grosseirão
O que quer me avisar?
Por acaso,vem me dizer
Dia e hora de me matar?

Matar? Ora, só fala em morte!
Da morte já te livraste,
Tu é um cara de sorte!
Vim aqui só te lembrar
Que o povo não te quer no poder
A não ser tua patotinha,
A famosa panelinha
que tá cega de doer!

Falando nisso, o que fizeste?
Pra enganar parte do povo?
Por acaso tens dado dinheiro
Carne, batatas , ovo
Alguma dessas besteirinhas
Que dão pra enganar o povo?

Fala logo o que tu quer
Perguntei ao Estrelão
Ele se zangou comigo
E me deu um empurrão

E me disse assim no sério
Eu só vim te avisar
Que daqui a 30 dias
Nosso duelo acontecerá
Faltam apenas 30 dias
E então nós saberemos
Quem esse povo vai querer
Se Anacreonte, ou Estrelão
Tudo se firmará, então.
E vim firmar o acordo
Do resultado do duelo
Se acaso tu ganhares,
Que é o que eu não quero
Largarás de mão o diabo
E também esse chinelo!
Caso eu ganhe, que maravilha!
Eu farei uma proeza
Te mandarei junto com o diabo
Do inferno serão a realeza
Gostaste do acordo?
Não achaste uma beleza?

Eu respondi com atenção:
Como ganharei, decerto,
Estamos de acordo feito
Faz aí a papelada direito
Pra nóis poder assinar
Dá aqui a papelada
Não tenho medo de nada
Porque sei que vou ganhar!

Depois de tudo assinado
O diabo pulou do lado
E começou a me enforcar
-Estás louco, Anacreonte?
Caíste na do gigante?
E se acaso não ganhar?

-Tô nem aí,irmãozinho
Tô juntando um dinheirinho
Pra poder me assegurar
Amanhã compro umas coisinhas
Avião, carros, casinhas,
E pobre não vou ficar;
E tudo que aqui ficar,
Se acaso eu não ganhar,
Podem em tudo tocar fogo
Que falta não me fará!

E o povo foi se afastando,
E a tambozada tocando;
Eu saí quase apressasdo
Pro compromisso agendado
Não podia  mesmo faltar.
Tinha que ler meu discurso
Hipócrita, pobre e fajuto
Que fiz pro povo enganar.
Mas eles bem atentos estavam
Aos que ali se apresentavam,
Em honra nem sei de que.
Dizem que da independência
Eles nem tem consciência
Que isso nunca irão ter

E ERA BRILHO, CORES E DANÇAS
E eu ali na lambança
Olhando o povão passar...
A 30 dias do GRANDE DIA
O diabo de tudo sorria
Comecei a me preocupar...
O que faria pro povo?
Precisava ganhar de novo
E NO PODER CONTINUAR!

PENSAVA NA SOLUÇÃO
PRA ENROLAR O MEU POVÃO!!!
MIRABOLANTE SOLUÇÃO
PRA ENROLAR O MEU POVÃO!!!















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